quarta-feira, 16 de julho de 2008

Era bom demais...


... para ser verdade. Por um momento cheguei a acreditar na seriedade desse país. Mas já deveria estar acostumado, as coisas aqui andam no ritmo da conveniência, da conveniência dos safados. Minha esperança foi decepada a golpes de machado. Agora, o que resta é cuspir as pragas do mundo na cabeça daqueles que encenam o pior espetáculo da Terra. E não adianta apenas não votar nos corruptos. Apesar de esse instrumento ser capaz de eliminar um bom número de canalhas, a infecção é generalizada, a contaminação se espraiou por todos os gabinetes de todos os poderes. O país sucumbiu, e há muito tempo.

À vista de todos nós, num flagrante atropelamento da decência, da certidão, o delegado Protógenes Queiroz foi afastado da investigação do caso Dantas. Sem eira nem beira, afixaram em nossa cara um atestado de palhaço-cidadão. Inacreditável. É demais, é demais, é demais!

O rolo é tamanho, expõe a podridão de tantos, que ousaram valer-se da sacanagem explícita, o último refúgio dos ratos. “Se isso continuar, não sobra pedra sobre pedra, todo mundo já era”, imagino serem estas as palavras que guiam muitas das conversas entre os envolvidos. E ouso dizer que a maioria daqueles que nos últimos dez anos rastejaram pelos bastidores do poder carregam lama na sola dos sapatos.

Podemos esperar mais o quê? Mais nada! Depois deste caso, duas lições podem ser aprendidas. Primeiro, as instituições do Estado brasileiro sempre estão sujeitas aos grossos dedos dos poderosos, que rasgam o hímen da ética e da virtude. Segundo, quanto maior for a distância entre os de bem e a política mais cartazes serão pregados em nossas caras. Os palhaços-cidadãos serão formalizados, e nunca mais ninguém sorrirá nesse picadeiro sórdido.

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