domingo, 12 de outubro de 2008

O "pequeno" jornal dos mineiros


Uma vergonha. Assim classifico a edição do Estado de Minas de hoje. Declaradamente, o maior jornal de Minas entrou na campanha eleitoral. A favor, logicamente, de Márcio Lacerda, candidato abençoado pelas mãos de Aécio Neves, o reizinho do pão de queijo que insiste em mostrar-se como um político moderno. Que nada!, não passa de um carrasco da imprensa, emparedando veículos e eliminando o contraditório da vida dos mineiros. O cidadão que se pauta exclusivamente pela imprensa mineira tem a impressão de que vivemos em um paraíso, o que não é verdade.

Meu Deus, em plena disputa do segundo turno na capital, acirrada como um Galo e Cruzeiro, o Grande Jornal dos Mineiros (só se for em número de páginas, pois na decência e na ética jornalística, principalmente quando o assunto é política, o EM é pequeno, minúsculo, um verme diria) solta uma entrevista com Aécio pedindo votos para Lacerda. Isso mesmo, um jornal, no calor da campanha, publica uma entrevista com o governador pedindo votos para um determinado candidato. A entrevista, que mais parece um chá das cinco entre velhas beatas de tão amena, não traz nada de novo, nada, apenas Aécio pedindo votos. Não sei se a lei proíbe tal prática, mas certamente as regras do bom jornalismo a proíbe.

Fica claro que não há igualdade na cobertura da eleição. Fica mais claro ainda quando a página do jornal é virada.

Em outra matéria da mesma edição, "Alliados de Última Hora", o jornal mira os apoiadores que Leonardo Quintão, o outro candidato na disputa, arrebanhou.

O EM chega mesmo a fazer fofoca. No texto, o jornal diz que “há cerca de duas semanas, o candidato [Leonardo Quintão] foi visto num restaurante da capital na companhia de Pedro Magalhães, irmão do deputado federal João Magalhães (PMDB-MG), investigado por envolvimento na Operação João-de-Barro, da Polícia Federal, que investiga suspeita do desvio de cerca de R$ 700 milhões em verbas públicas que seriam aplicadas em obras do governo federal.” Um pouco antes, afirma que Quintão “parece ter adotado a velha tática política de “apoio oferecido não pode ser negado, seja qual for”, e corre o risco de sair chamuscado das urnas”.

Ora, desde quando um encontro num restaurante pode servir de embasamento para uma matéria? Quintão foi visto por quem? Estava com um Irmão de um deputado federal envolvido em um esquema? Mas o irmão do deputado também estava envolvido, ou só o fato de ser irmão já o faz culpado?

É óbvio, o encontro levanta suspeitas. Mas publicar tal notícia para simplesmente fazer ilações, sem nenhuma apuração, sem nenhum aprofundamento ou investigação, é demais. Isso não é jornalismo, isso é jogo entre compadres.

No início da matéria o jornal aponta o apoio de Aécio e Fernando Pimentel, prefeito da capital, a Márcio Lacerda. Dois políticos com avaliação em alta, dando um cunho positivo à candidatura governista. E, pior, a candidatura de Lacerda é a que engloba o maior número de partidos, com uma gama de políticos bem heterodoxa, mas o jornal não se preocupou em apurar as falcatruas daqueles que estão do Lacerda.

Declaro não ser simpatizante de nenhum dos dois candidatos, pois a meu ver nenhum deles merece ser o representante de ninguém. Mas sou partidário radical do bom jornalismo, da correção absoluta na produção de notícias. Daí minha indignação. Não é aceitável que o jornal mais popular das Gerais aja acima da moral e da ética. O problema é que isso ocorre há muito tempo e não há nada no horizonte que aponte para uma mudança de rumos. Lamentável.

sábado, 11 de outubro de 2008

Trem bão




Para os milhares de interessados em visitar Rio Piracicaba, aconselho o trem (da Vale!) como transporte. Principal motivo: o cigarro é liberado. Além disso, é mais seguro, barato e pode-se avistar algumas paisagens bem agradáveis.
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Compañero


Este é o Paulinho, conterrâneo meu. Grande companheiro de copo. Sujeito consciente e concentrado, que proferiu uma das frases mais corretas que já escutei, algo que nem esperava: "Eu gosto de ler, e quando leio o personagem principal sou eu".
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De responsa


Mineradora pioneira de atuação global, a Vale tem o compromisso de transformar os recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

Há várias maneiras de dimensionar a importância que damos às questões sociais no exercício diário da empresa. Uma delas é por meio da Fundação Vale, que desenvolve programas em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs), setores do poder público e sociedade civil, visando ao desenvolvimento econômico, ambiental e social das localidades onde atua.

Também investimos na conservação do meio ambiente e na reabilitação de espécies nativas dos ecossistemas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia. Detentora de uma avançada tecnologia de reflorestamento e renovação do ciclo florestal, a Vale se destaca pelo investimento em competências técnicas nesta área, atuando em cinco dos sete biomas brasileiros.

Parabéns Vale, nunca duvidei disso. Inclusive fiz questão de retratar um de seus buracos para comprovar suas palavras.
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A noite sem estrelas


3h45 da madrugada em BH. Terça-feira. Nada acontece. E o ônibus não passará tão cedo. Resta esperar e arriscar uma foto. Apesar do sinal estar verde, cada vez mais a cidade estampa um sinal vermelho para aqueles que têm a certeza que o asfalto frio e inerte não propicia a evolução. Há que se dominar a mente, que insiste em gritar. Logo estarei em casa.
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Dica Cultural


Estes são Pássaro e Jão. Jão, ao fundo, é o proprietário do Café Bahia, um boteco com DNA legítimo, aberto diariamente no centro de BH. O ambiente preza pela freguesia de alto nível, o que pode ser percebido graças às lingüiças na estufa e ao litro de água da COPASA, oferecida gratuitamente, retratados na foto acima. A lingüiça é um dos petiscos mais lembrados pelos freqüentadores do Café, devido aos arrotos, obviamente. Jão é o típico chefe gente fina, sereno, preocupado somente com seu cigarro e seus clientes, mas nem tanto.

Pássaro, ou Passarinho, dependendo do grau de freqüência no estabelecimento, é o garçom do bar, um marco histórico. Pássaro conta que já presenciou de tudo nas mesas do Café do Bahia, mulheres bonitas com sujeitos feios, mulheres feias com mulheres bonitas, padres com ateus, viados com putas, travecos com esposas e por aí afora. Pássaro é uma testemunha ocular do pulso latente por onde corre o sangue da Belo Horizonte Lado B. Além disso, Pássaro conhece de cor 3.567 piadas, 2.489 tiradas e 5.768 frases feitas. Ele nunca serviu uma cerveja sem proferir algo sábio. Pela fisionomia do distinto vocês percebem o que relato.

Sempre que posso compareço ao Café Bahia. Faz bem para a cabeça e para a alma. Lugares entupidos de poses e trejeitos me assustam. Prefiro passar invisível em locais como esse. A conta nunca ultrapassa o limite, ninguém se preocupa com você e há a vantagem de, como brinde, o cliente ganhar uma aula de vida. Qual vida não sei, mas há algo ali de importante.

Visitem o Café Bahia e façam uma viagem ao centro do cotidiano, das pessoas comuns, dos despercebidos que sentam-se ao seu lado diariamente no ônibus e no metrô. Lá é possível sentir, mesmo que parcialmente, o que é viver fora da bolha de plástico.

Localização: Rua dos Tupis, pertinho do Shopping Cidade. Porém, o Café Bahia não cheira nem se assemelha ao centro comercial moderno, pelo contrário, é uma das últimas resistências à nova onda, que não passa de marola.
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terça-feira, 7 de outubro de 2008

O cofre de Deus


Os católicos que freqüentam a Catedral Metropolitana de São Sebastião, em Ribeirão Preto (313 km de SP), terão novas opções para pagar o dízimo e outros serviços da igreja a partir desta segunda-feira (6): cartões de débito ou crédito. Folha Online


O papa Bento 16 disse na segunda-feira que a crise financeira global mostra que a fé em Deus é melhor do que passar a vida buscando riqueza material. "Vemos agora, no colapso dos grandes bancos, que o dinheiro desaparece, ele não é nada", disse o pontífice. Folha Online


Ah! Agora entendi.

Pau no nome


Preocupação

"Há apenas duas coisas com o que você deve se preocupar. Se você está bem ou se está doente. Se você está bem, não há nada com que se preocupar. Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai se curar ou se vai morrer. Se você vai se curar, não há nada com que se preocupar. Se você vai morrer, há duas coisas com que se preocupar. Se você vai para o céu ou vai para o inferno. Se vai para o céu, não há nada com que se preocupar. Agora se você for para o inferno estará tão ocupado cumprimentando os velhos amigos que nem terá tempo de se preocupar. Então, pra que se preocupar?"

Provérbio Chinês