domingo, 20 de janeiro de 2008

Sem Rumo


Este é o editorial da Folha de S.Paulo de hoje, que trata da caótica situação do ensino superior no país. Concordo que é necessário um aumento em larga escala do acesso ao ensino superior. É na academia que produzimos estudiosos, produtores de conhecimento (novas tecnologias, técnicas econômicas, processos industriais, teorias das ciências humanas, filosofias gerenciais etc) e mão-de-obra de alta qualificação, que ingressará no mercardo de trabalho e produzirá riqueza para a economia.


Porém, o projeto de aumento do número de estudantes de terceiro grau é gerido sem um critério que leve em conta a realidade de nossa sociedade. Não que eu defenda um direcionamento direto dos estudantes, por parte do Estado, para determinados cursos. Essa prática só é materializada em governos autoritáros, o que não é o caso, além do que isso levaria-nos simplesmente à extinção do pensamento livre.


É simples, e como bem defendeu o editorial, algumas soluções podem ser aplicadas no curto prazo para corrgir o desvio apontado pelo censo educacional. Incentivar cursos que formam profissionais em déficit no mercado; frear o ímpeto de cursos em alta, com demanda incompatível para a realidade do mercado; e finanaciar a pesquisa em todas as áreas, incentivando os que têm talento acadêmico genuíno a permanecer na universidade, inovando e gerando o mais valioso bem de capital da atualidade, o conhecimento.


Leiam texto do blog que já tratou um pouco disso, "A Universidade que Entristece".



Folha de S.Paulo - Opinião - 20 de janeiro de 2008

Assinantes Folha e UOL, íntegra do editorial aqui.



Canudo de papel

Censo educacional registra absurdos: país forma dez vezes mais professores de literatura do que de física

HÁ ALGO DE esdrúxulo e preocupante no ensino superior brasileiro. O censo oficial do setor, divulgado em dezembro, registra aberrações curiosas. Existem, por exemplo, dez vezes mais estudantes matriculados em cursos para a formação de professores de literatura do que para o ensino de física e química, áreas didáticas de importância que deveria ser equivalente. São 175 mil os que cursam jornalismo, cifra cinco vezes maior do que a de jornalistas que hoje trabalham com carteira assinada em todo o país (35 mil).

Não há tampouco critério racional que explique o motivo de os estudantes de medicina (74 mil) serem pouco mais numerosos do que os de turismo (66 mil), carreira necessária, embora inflada de forma artificial por um modismo. Igualmente grave é haver 589 mil matriculados em direito, número que supera os 571 mil advogados da ativa registrados pela OAB, como informou Rogério Gentile em texto publicado segunda-feira nesta Folha.

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