terça-feira, 2 de setembro de 2008

Para o alto


Leite e carne oriundos de crias de animais clonados estão se infiltrando aos poucos e sem alarde na cadeia de suprimento alimentar dos Estados Unidos.

O número de clones está crescendo e ninguém está monitorando a expansão das linhagens. Em janeiro, a Administração de Alimentos e Remédios dos EUA (FDA) declarou que produtos vindos de vacas, porcos e cabras clonados - e de suas crias originadas convencionalmente - não ameaçam a saúde.

Phil Lautner, dono de uma fazenda em Jefferson, Iowa, diz que há "vários anos" manda para abate reses geradas por matrizes clonadas. Ele disse que, no momento, possui entre 50 e 100 crias de reses clonadas.

"Não há a menor diferença entre clones, crias de clones e crias de animais não clonados", diz ele.
Valor Econômico


Lembro-me perfeitamente do anúncio da ovelha Dolly, primeiro momento de contato entre a clonagem e a grande massa. Até então, clone era coisa de cientista ou de filme, pensávamos. Mas eis que uma cabritinha branca, ou melhor, ovelhinha, invade nossas casas e tomamos conhecimento que o bicho-homem brinca muito seriamente de Deus. Olha só o que conseguimos realizar. É impressionante.


E agora, aquela tecnologia que no passado alimentou sonhos, mitos, previsões malucas, como clones de celebridades, gênios, heróis e vilões, agora alimenta os estômagos, literalmente. Em 11 anos assistimos o homem caminhar decidido a abandonar uma condição até então irrevogável: a dependência do ambiente natural, de maneira direta, para obtenção de alimento. Um salto evolutivo.


Como sempre, tudo que criamos traz consigo uma série de receios. O que faremos com esse novo milagre? É realmente inofensivo o consumo desses produtos? E o ambiente, saberá lidar com organismos modificados geneticamente de maneira harmoniosa? Sabe-se lá. Ou cá.


O que me impressionou foi a velocidade. Assim como o mapeamento do genoma humano. E outros milhares de avanços dos quais nem tomamos conhecimento. A indústria científica de ponta, que cria o futuro, é guardada como uma virgem. De suas travessuras só tomamos conhecimento quando já está casada. Dia desses já anunciaram o clone de um ser humano. Anúncio considerado mixuruca, pois ciência agregada à religião gera a perda de credibilidade, não sei se com razão ou não.


Segurem-se, o vôo do homem atinge um de seus picos. Onde chegaremos? Que ninguém ouse tentar adivinhar.

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