domingo, 22 de junho de 2008

Aperte minha mão


Exército liga assessor do senador Marcelo Crivella a tráfico

Documento do serviço reservado do Exército afirma que um assessor do senador Marcelo Crivella negociou com traficantes do morro da Providência uma espécie de política de não-agressão durante a ocupação da favela para o projeto Cimento Social. De acordo com o documento, em 6 de abril, o assessor descrito como "Eduardo de tal afirmou ter conversado com "a cúpula dos traficantes na comunidade" e garantido a segurança dos operários durante as obras, em encontro em outubro na Providência com três militares.” Os traficantes garantiram que não haveria qualquer tipo de retaliação, desde que não fossem incomodados. Os traficantes se comprometeram a desmobilizar as "bocas-de-fumo" que estiverem próximas aos locais de obras". A reunião, foi monitorada todo o tempo, segundo o Exército, por "seis elementos pertencentes à facção criminosa Comando Vermelho". As 80 casas da primeira etapa do "Cimento Social" ficam na localidade conhecida como "Laje", justamente onde fica a boca-de-fumo "Boca do Barão". (FolhaOnline)

Quando o Exército negocia com a "cúpula do tráfico", aumenta a percepção de que o poder paralelo real e robusto está cada vez mais forte. As forças armadas guardam um simbolismo enorme, a pátria está ali encarnada de maneira definitiva, para o bem e para o mal. E essa representação não dá liberdade para negociações com traficantes. A cena é, de fato, o reconhecimento oficial do tráfico como poder constituído.

Assim, as forças se esvaem. Na quarta-feira dois traficantes são presos, são apreendidas alguns gramas de cocaína, na quinta-feira um policial é baleado, na sexta um barracão é estourado e cinco menores são "conduzidos" até a delegacia. Se lá chegam, provavelmente são liberados pouco tempo depois. É pouco, muito pouco.

Não se vê nada de concreto, mas é óbvio, nenhum cachorro morde o próprio rabo. Não é mesmo senhores de gravata?

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