sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Veja a Veja por dentro


Creio que muitos já saibam disso, mas mesmo assim reforço. O jornalista Luis Nassif, fera, desenvolve em seu blogue o "Caso Veja", em que desmascara a maior revista semanal do país. Um homem, num movimento que mistura consciência jornalística e revide pessoal (Nassif também foi atacado pela Veja) consegue eliminar várias interrogações e deixar de cabelo em pé toda a direção da Editora Abril.


No entanto, o mais interessante da empreitada é que ela foi realizada com a ajuda dos leitores do blogue, que muitas vezes pesquisavam temas para o jornalista, buscavam reportagens, davam inclusive conselhos técnicos a Nassif, o que deixou a obra bem bacana. É uma mostra do que o trabalho em conjunto na internet (a tal web 2.0 se relaciona com isso) pode criar.


PS: Sobre o conteúdo, a teia desenrolada por Nassif é um grande trabalho investigativo, e como tal conta com um aguçado senso jornalístico aliado ao trabalho braçal enorme. É de dar gosto. Percebam como ele desmonta Diogo Mainardi valendo-se de um erro idiota, algo pequeno e insignificante, um bookmark.

James Cotton - Slow Blues

Minha Vitrola


Artista: Nana Vasconcelos

Disco: Africadeus (1972)

Gênero: O dele

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Son House - John The Revelator

Quem disse mesmo que música precisa de instumento?

Son House - Death Letter

Minha Vitrola


Artista: Moacir Santos

Disco: Coisas (1965)

Gênero: Jazz/Bossa Nova

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Bob Dylan - Subterranean Homesick Blues

Charlie Parker & Dizzy Gillespie

A Fome por Impostos


O governo nos entupiu com o discurso de que, sem a CPMF, o Brasil teria que fazer um reajuste em suas contas, "cortar na carne", como disse Lula. Eis que os números apresentados ontem revelam que a arrecadação federal, mesmo sem o imposto do cheque, subiu 20% em comparação com 2007. Ou seja, a extinção da CPMF não afetou coisa alguma.

Ainda sim não há sinais que indiquem que a carga tributária será amenizada. Isso porque mexendo na arrecadação, desfalca-se o cofre, e ao tocar no dinheiro da república, invadimos o bolso de determinadas autoridades. E bolso é coisa sagrada, ninguém permite que mãos alheias entrem. Pena que o nosso não está protegido.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Thievery Corporation - Lebanese Blonde

Hanoi Hanoi - Loucos

Anos 80. Loucos.

Ten Years After - I Can't Keep From Cryin' Sometimes

Cuba Libre


JANIO DE FREITAS - Folha de S.Paulo - 26 de fevereiro de 2008


As previsões imprevidentes

Fora dos níveis dirigentes cubanos, nenhum de nós sabe para onde vai Cuba; se é que neles alguém sabe

O DILÚVIO de chavões sob a forma de artigos e de reportagens publicados desde o afastamento de Fidel Castro sugere que a imprensa, inclusive a internacional, não está muito melhor do que Cuba, se Cuba estiver no estado que esse aparente jornalismo lhe atribui. A enxurrada parece ter o propósito de juntar, em uma só descarga, toda a lengalenga das previsões falhadas e das desinformações interessadas que a imprensa reiterou, sem descanso nem pudor, durante o meio século, que vai se completando neste 2008, do regime criado por Fidel Castro (primeiro, regime revolucionário-nacionalista; e só mais tarde, de base comunista).


A palma de ouro não poderia senão permanecer com "The New York Times", que pôs em campo um certo Anthony DePalma. Capaz de frases assim: "Não é certo que Fidel esteja bastante bem para ter escrito a carta de renúncia, (...) desconfia-se que ele não teria condições de escrever a série de ensaios". Eis um jornalista de quem não se desconfia, tem-se logo certeza. Mas merece mais um aperitivo: a "pouca evidência nas ruas de uma mudança monumental na hierarquia (...) credita-se à experiência acumulada com a ação dos agentes de segurança, que (...) faz a maioria das reações serem encobertas sob a forma de apertos de mão entre amigos numa rua lotada". Se os amigos não estivessem se manifestando com aperto de mão na hora tão especial, se esmurrariam ao encontrar-se, como de praxe.


Como rescaldo do dilúvio, as análises sobre a escolha de Raúl Castro para a Presidência cubana são fiéis às previsões diárias de 50 anos sobre Fidel Castro e o regime cubano: em vez de marionete da Rússia, vai sê-lo do irmão, que não quer mudança alguma; se houver novos planos, inspirados na China ou no que for, não têm como concretizar-se. Afinal de contas, informam-nos aqui, em Cuba "as famílias lutam diariamente para obter um mínimo de refeições". O que nos impede de imaginar como esses famélicos têm expectativa de vida de 77,1 anos. Mais do que os tão bem nutridos brasileiros. E o equivalente à expectativa de vida em países desenvolvidos.


Alguma das previsões do último meio século sequer pressentiu a presença do papa João Paulo 2º em Cuba e a recepção que lhe foi dada sob direção do comovido Fidel? Ou antecipou-nos a abertura de Cuba aos investimentos estrangeiros em hotéis, atividades turísticas, empreendimentos imobiliários, moda, recursos naturais, e outros? Ou pressentiu a possibilidade de uso legal do dólar americano em Cuba? Ou, agora mesmo, ao menos captou a renúncia de Fidel? Cuba mudou muito. Com muita rapidez dos anos 90 para cá. E ninguém, fora dos seus níveis de direção política e administrativa, pressentiu mudança alguma.Estamos na mesma. Apesar de tantos milhares de quilômetros de papel e horas de rádio e TV com previsões analíticas do futuro de Cuba, estamos na mesma: fora dos níveis dirigentes cubanos, nenhum de nós sabe para onde vai Cuba. Se é que neles alguém sabe.


Talvez uma evidência, nada com previsão, possa ter um pouco de utilidade. Muito ao contrário do que está generalizadamente afirmado, a escolha de Raúl Castro não é forçoso sinal contrário a mudanças. O Exército, em Cuba, é considerado a própria alma da "Revolução no Poder", a extensão dos guerrilheiros de Sierra Maestra e, daí, a instituição de mais influência horizontal e vertical. Não consta que alguém, exceto Fidel, tenha mais prestígio e mereça mais confiança no Exército do que Raúl Castro. O que lhe dá, se houver planos de mudanças, sejam quais forem, melhores condições de tentá-las do que qualquer outro teria na Presidência cubana.


A Cuba surgida da Sierra é um fenômeno em muitos sentidos. Entre eles, o de imprevisibilidade, como conviria, radical.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Um Saco

Só para registrar meu enorme tédio nesse dia de hoje. Esse mundo precisa de algo mais louco, eu preciso de algo mais louco, e loucura aqui não se trata de drogas, mas de idéias. Quando algo realmente interessante aparecerá? Caso já tenha aparecido, por favor me contem. Até aqui, só mais do mesmo vi. E, como sempre, me incluo na barca furada que é minha geração, que foram as passadas e que provavelmente serão as futuras.

O tédio é tamanho que nem imagem vou colocar dessa vez. Chato, mas o desabafo é necessário certas horas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Picadeiro N2 no Ar




sábado, 16 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sentem-se, Por Favor


"POLTRONA GIRATÓRIA COM BRAÇOS, MATERIAL ESTRUTURA: AÇO; MATERIAL ASSENTO: MADEIRA COMPENSADA E ESPUMA DE POLIURETANO; MATERIAL ENCOSTO: MADEIRA COMPENSADA E ESPUMA DE POLIURETANO; TRATAMENTO SUPERFICIAL: ESTRUTURA PINTURA EM EPÓXI; MATERIAL REVESTIMENTO ASSENTO E ENCOSTO: COURO ECOLÓGICO; COR ASSENTO E ENCOSTO: PRETA; TIPO: ENCOSTO ALTO; CARACTERÍSTICAS ADICIONAIS: COM REGULAGEM DE ALTURA/SISTEMAPNEUMÁTICO (Á GÁS ), TIPO PRESIDENTE, TIPO ASSENTO/ ENCOSTO BIPARTIDO; MATERIAL ESTOFAMENTO: ESPUMA; TIPO BASE GIRATÓRIA, QUANTIDADE DE PÉS". Contas Abertas

Estas são as especificações de 15 poltronas adquiridas pelo governo, cada uma a um custo de R$ 4.120,46, o que totaliza um montante de R$ 61.806,90 gastos em nome do conforto das nádegas daqueles que cagam a vida nacional, há anos e ânus.

O que me incomoda não é a compra de poltronas, mas sim os altares em que elas se transformam após oferecerem seus braços aos escolhidos pelo povo, mesmo que o povo, ultimamente, não tenha muito o que escolher. Uma escolha prevê a existência de variadas opções, cada qual com suas qualidades e vícios, com suas excelências e excrementos.

Há mais de 10 anos a regência da patota nacional tem um script definido, um roteiro organizado com papéis reservados para os escolhidos, inclusive os grandes galãs, presentes nesse espetáculo de péssima qualidade desde os tempos em que o América Mineiro ainda era time de futebol.

Deveria ser instituída uma "Bolsa Poltrona" para o povão. Assim, poderiam ao menos esperar sentados pelas mudanças.

Minha Vitrola


Artista: Fela Kuti

Disco: Black President (1981)

Gênero: Afrobeat